quinta-feira, 14 de abril de 2011

A primeira matéria de um foca


Flávio Gazzoni


Era o filho que tanto esperava. Era o pupilo. A menina dos olhos. A primeira matéria da vida de um recém-jornalista

O gravador parou. Minha mente trabalhava na velocidade da luz. A mão, por sua vez, tentava incansavelmente seguir o pensamento. Sabe aquele frio na barriga? Aquele que acompanha seus maiores sonhos? Ele estava ali. Da mesma forma que o dicionário de português sobre a mesa, o manual do foca, o Google, o café com aquele típico odor viciante e toda a minha transpiração por escrever uma matéria que emplacasse na mídia.

Lembro-me bem das críticas construtivas de grandes mestres que tive o prazer de chamar de professor. Lembro-me também dos puxões de orelha, dos textos mal escritos e das teimosas vírgulas que se espalhavam erroneamente nas frases. Em suma, todo aquele árduo trabalho de aperfeiçoamento valeu o esforço. Sou jornalista.

Envolto em pensamentos, a caneta corre, a mão corre, a mente divaga na melhor sobreposição de ideias e léxicos simples. Será que estou sendo conciso e claro o suficiente? A borracha entra em ação. Engraçado estar sentado ali, sob o olhar dos jornalistas veteranos. Vê-los escrever me transporta para um mundo em preto e branco, jamais brando, jamais neutro, mas quase perfeito. Alguém me cutuca: “Foca, o chefe me pediu para avisá-lo sobre o seu deadline, ele está mais apertado. Talvez seja necessário um pescoção”. Um sorriso nervoso e teimoso se fixa em minha face, tal como o pensamento “pseudo” positivo: um pescoção e um voto de confiança do diretor ou o meu próprio pescoço em uma bandeja de garçom.

Lembro-me dos prazos da faculdade, dos trabalhos em grupo e individuais. De Max Webber, Karl Marx, João Batista Natali, José Hamilton Ribeiro, entre tantos outros grandes mitos do jornalismo. E quanto a mim? Será que um dia estarei estampado em algum best-seller do tipo: “A História de um Foca de Sucesso”, “As Peripécias de um (des) focado” ou “O Foca de Neve e os Narizes de Cera”? Continuo escrevendo a matéria, envolto em pensamentos.

É engraçado observar certas particularidades do mundo da comunicação. Estamos em constante rotatividade no mercado e, sinceramente, ele exige do jornalista cada vez mais e, infelizmente, paga cada vez menos. O que sobra de tudo isso é o amor à profissão que não exige diploma. Assessoria, impresso, web, telejornalismo. Todos nós lutamos por um mundo melhor, utópico para os veteranos, mas para mim isto ainda continua muito latente.

Desta vez o telefone toca: “Foca, pois não?”. Uma voz conhecida do outro lado da linha: “Oi querido, consegui o telefone pela editoria de cultura. Comeu direitinho?”.

Era a senhora minha mãe.

Após fingir se tratar de um assunto de extrema importância, desliguei. Dessa vez o meu pescoço quase caiu ruborizado. Lembrei-me do filme “Jogue a mamãe do trem”. Sorri. Continuei escrevendo.

Brincadeiras a parte, cafés a parte, suadouro de todo e qualquer novato em sua primeira matéria: lá estava ela. Com um formato limpo, claro, desenrolado. Um corpo lindo de matar. Era a musa da minha vida e melhor, quase pronta para ir para a sala do Revisor. Uma pincelada aqui, um bordado ali, uma costurada na fala de fulano e, pronto! Paixão avassaladora. Mal podia acreditar que depois de todo um expediente puxado resultou numa matéria tão bem escrita. Quase fui aos prantos. É sério.

Já na sala do diretor, sentei em sua frente e não consegui segurar os pequenos espasmos imperceptíveis e calafrios microscópicos. Na sala estávamos em três: eu, o diretor e o maldito frio na barriga. O seu olhar compenetrado sobre a matéria durava uma eternidade, maior até que o tempo que tive para escrevê-la.

Por fim, o feedback:

- Foca, a matéria está linda! Sublime! Vamos publicar sim. Parabéns garoto, você vai longe.

Fechei os olhos por um instante e, nesse pequeno espaço de tempo, entre o fechar e o abrir dos olhos, senti o frio na barriga se esvaindo de mim e deixando apenas o gosto de missão cumprida. A saliva pesava na boca da mesma forma que a palavra “sublime” latejava em minha mente. A matéria seria publicada.

Desde então, meu gravador jamais parou.


sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Natal


Ah! o natal está tão pobrezinho aqui em Sinop! Sentindo falta das luzinhas piscando... a casinha do papai Noel. Há 15 dias do natal e o que temos no centro da cidade?? Uns restinhos de casinhas do ano passado... ainda mau colocadas ou por colocar!
Só queria estar no espirito do natal... e isso ta dificil por aqui!

Tomara que pelo menos a globo tenha mais atenção e exiba "O Grinch".... haushausha

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

União de Classe, cadê??

Hoje, utilizo meu humilde espaço na internet para lamentar a atitude de colegas que idealizaram e concretizaram o Cabala Fake. Uma irrefutável e descabida cópia do nosso querido Jornal Cabala, ferramenta totalmente útil e indispensável para contribuir com melhorias para nosso curso superior.

Tentamos, muitas vezes, por meio de outras ferramentas conseguir melhorias para o curso de jornalismo. Diversas vezes, conversas, pedidos, em vão. Poucas vezes obtivemos resultados. A única maneira que conseguimos fazer nos escutar foi o Cabala.

Lutamos, brigamos pelo que é nosso por direito. Pagamos mensalidade, como moeda de troca, para conseguirmos ensino superior adequado. Queremos ser profissionais, diplomados e capacitados. Um simples canudo, sem a formação e a informação necessária não vale de nada.

Nossos ideais e ideias expostos no Cabala são para melhorar a vida e o ensino de todos. Nos formamos ano que vem. As nossas reivindicações para melhorias serão para vocês caros colegas. Nós colocamos a nossa disposição e a nossa cara na faculdade e no blog para defender uma melhor graduação para nós. Agora, se para vocês está tudo bem ou encontraram uma outra maneira de conseguir serem ouvidos, nos mostrem resultados concretos como os que nós já conseguimos através desse blog e dessas pessoas que vocês são contra.

Lutar por um interesse em comum denomina classe, de acordo com Max Weber. A união de sujeitos a fim de um interesse em comum leva a melhorias e conquistas, mas, é uma pena que isso não acontece na ‘nossa’ realidade.

Lamento muito não utilizarem essa energia para nos ajudar a buscar melhorias. Sinto informar, mas vocês travaram guerra contra nós acadêmicos como vocês. Acredito que erraram o alvo. Mas desejo sorte, afinal, como diz o antigo ditado: “Cachorro que tem dois donos morre de fome”.

Comentário

Depois de algum tempo sem postar nada, hoje li um comentário que me deixou feliz por um lado e triste por outro. A minha opinião sobre a vinda do MEC e a solução para os nossos cursos repercutiu, teve algumas vizualizações no cabala e aqui no meu cantinho também.

Fiquei feliz porque recebi um comentário do meu querido professor Santiago, o qual admiro muito. Grande jornalista, escritor, poeta e professor. Revoltado, assim como muitos, com as situações vividas por nós jornalistas e acadêmicos. Mas, por outro lado, o que ele disse em seu comentário, infelizmente é a mais pura verdade. Nós, acadêmicos, precisamos de mais atenção das universidades de Sinop, seja pública ou privada e essas instituições também precisam de mais atenção dos órgãos fiscalizadores.

Nós acadêmicos e acredito que até professores não somos levados a sério pelos empresários da educação, uma pena. Pois como disse meu amigo Alexandre no post do Cabala: "O mercado de trabalho aqui fora é cruel e profissionais medíocres encontrarão portas fechadas"

Será que é isso que querem os acadêmicos?? Portas fechadas depois de muitos anos de "estudo".

Espero que possamos, de alguma maneira, ajudar para que isso possa ser revertido e melhorado.


sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Será o MEC a solução?!

*Especial Cabala

Nossos laboratórios de telejornalismo e radiojornalismo ficaram prontos e estamos a todo vapor colocando em prática o que, há alguns dias, era somente teoria. Não sei se devemos agradecer, porque afinal não fizeram mais do que a obrigação. Mas, mesmo assim, obrigada.A verdadeira intenção desse post não é fazer suíte do acontecimento do ano (laboratórios) e, sim, compartilhar com os caros leitores um fato um tanto engraçado que aconteceu em um local onde é palco e motivo de várias reclamações; o estúdio de rádio.

Na última aula de rádio a primeira aluna a chegar fui eu e, tive o oportunidade de fazer parte do acontecido, como ouvinte claro. Duas moças com camisetas do curso de Biomedicina foram conhecer os famosos laboratórios. Até ai tudo bem, curiosidade é normal. O fato é que ‘elas’ indagaram nosso coordenador de curso sobre qual seria a solução para que os laboratórios ficassem tão rapidamente prontos. A conversa foi mais ou menos assim:- Nossa que legal! Como vocês conseguiram que esses laboratórios ficassem prontos tão rápido?

Uma delas perguntou em um tom de quem já sabia a resposta. O coordenador ficou quieto, deu um sorrisinho amarelo e não respondeu. A outra completou:- Porque até hoje o nosso não ficou pronto!

Aí, como quem faz o xeque-mate no jogo de xadrez, elas concluíram com uma pergunta que termina por se responder:- Será o MEC a solução??
Algumas risadinhas, uma pausa em silêncio absoluto até que todos saíram da sala.Depois disso, não preciso escrever mais nada. Por um lado, que bom que o MEC já veio, pois agora temos os laboratórios. Mas por outro, que pena que não falamos tudo. Poderíamos ter conseguido mais melhorias!
Para concluir esse artigo fica uma pergunta:

Será que é só o curso de jornalismo que precisa de mais atenção?

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Cúmulo do consumismo!


Pérola da Mamis!

Minha mãe é apaixonada por necesserie! Tem uma coleção! Ela é tão apaixonada que é capaz de abusar do consumismo feminino! Olha que nós mulheres adoramos uma compra, mas essa foi demais hem mãe!! heeh
Passeando pelo supermercado ela avista de longe um KIT da Vasenol (creme para as mãos, corpo e uma necesserie GRÁTIS). Quando ela viu que a bolsinha ia sair de graça, enlouqueceu!! Agarrou seu KIT andou pelas gôndolas me procurando. Até que me disse: "Gabriela, olha só essa promoção! Dois creminhos e uma necesserie GRÁTIS!". Enfatizou tanto nessa última palavra que se ouvia os ecos de sua voz no supermercado.
E acrescentou: "Os cremes saem no mesmo preço e eu ganho a necesserie!".
Gabriela: "Mas mãe...." e ela me cortou...
Mãe: "Agora só preciso saber quem vai usar o creme!"
Na mesma hora eu cai na gargalhada. Onde já se viu, eu sou muiiiitooo consumista!! Mas ela me superou!!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Publicidade


Inspirada pelo Jornal Cabala e em prol da festa de formatura das turmas do 7º e 6º semestres de Jornalismo resolvi adicionar as propagandas do google. Espero que me renda alguns bons dólares... hehe.